14 de dezembro de 2010

Rede de Busca Rápida.

Descobri qual é seu nome todo. Descobri sua idade, quando e onde você nasceu.
Descobri onde você estudou, quantas vezes trocou de curso na faculdade ou ainda vai trocar e quais as opções. Descobri todos os trabalhos que já teve, todas as metas realizadas e as almejadas.
Descobri fotos, idas e vindas... Namoros e rolos.
Descobri que ama chocolate meio amargo com coca-cola e batata em dia de chuva e odeia filme de suspense por não se aguentar de ansiedade. Que tem apresso por comida light, mas não resiste as "besteiras". Descobri que ama queijo, mate, bala de café e odeia gengibre, o cheiro de álcool e chiclete de hortelã.
Descobri que comeria japonês do café da manhã ao jantar por ser sua comida preferida e que salada sem o molho shoyu da Sakura não é salada.
Descobri que o "sem nexo" pra você é divino e que ama quando as pessoas não entendem o que você quer dizer com suas deduções. Acha isso um poder super engraçado  e abusa.
Descobri seu blog, que por sinal é cheio de deduções.
Descobri que você gosta de cor quente e que sua preferida é a exceção do tom opaco e frio do preto.
Descobri que as cores dizem muito de você e que você tem uma visão única de cada uma. Descobri que seu vermelho não é paixão, é raiva, seu paixão é cereja.  Que seu verde não é esperança, é refrescante, sua esperança vem de dentro. Seu amarelo não é dinheiro, é brilho, seu dinheiro esta na disposição e no cartão. Seu rosa não é infantilidade nem romantismo, é chato. Descobri que seu preto não é ódio, é sua cor preferida, seu ódio são todas cores misturadas durante a TPM. Seu azul não é o céu, é água, é o natural. Seu marrom não é terra, seu terra é o touro, seu marrom é demonstração de bem estar. Seu roxo é disposição e por incrível que pareça, seu branco continua sendo a paz, sua paz de espírito.
Descobri que sua gentileza tem limites e que você pode parecer o que quiser para quem quiser a hora que quiser. Não é atoa que cada um tem uma visão de você. E você adora.
Vi também seu  vício nas trilhas sonoras de seriados americanos, vi que ama os seriados policiais e acha interessantíssimos os seriados médicos. Vi a devoção por Hugh Laurie em "House" e que seu seriado preferido é "The O.C", desde sempre.
Vi que odeia programa de humor óbvio e gosta de piadas subentendidas. Odeia piadas com a sexualidade, acha isso antigo, passado e de mau gosto.
Ama sarcasmo. Aliás, é severamente praticante e se diverte muito com isso. 
E é o que eu mais gosto em você, seu poder de sarcasmo inteligente.
Vi como você se interessa pelo ser humano. É engraçado você ir à terapia para observar o terapeuta.
Vi que ama escrever, ler e pensar. Vi que cada texto seu como cada parte da sua vida tem uma trilha sonora melodramática na letra ou na melodia.
Vi que uma das suas cantoras preferidas é a Amy Winehouse. Ama o jeito que ela pensa para compor e o jeito errado de levar a vida. Nada é certo demais na sua vida.
Vi que aprecia o gostinho do sofrimento como uma iniciante de masoquismo e não abre mão de senti-lo.
Descobri que sua visão e audição são seletivas. Apenas com o interessante.
Descobri que você não sabe viver sem seu telefone que é seu meio de escape para qualquer ocasião e seu vício em internet e seus diversos meios de comunicação e abrangência de aprendizado e informações.
Com você aprendi que o mal só nos atinge quando nosso corpo impulsionado por nossa mente deixa. Não aprendi a me esquivar da sua mente diabólica.
Vi que você age de acordo com seus sentimentos e aprendi a nem achar mais isso errado.
Descobri que falar de você chega ser fácil quando se olha para dentro.
Aprendi que é fácil falar bem de qualquer um quando se presta mais atenção.

Inspiração própria!

10 de dezembro de 2010

California here we come.

Planejei o meu domingo desde agora e não quero ninguém por perto.
Não quero sol nem o típico tempo lindo. Não quero contato nenhum com o mundo externo.
Quero chuva, trovoadas, meu cobertor...
Quero apenas minha companhia, chocolates, coca-cola e todas as temporadas de The O.C.
A música de fundo vem de berço, de quando comecei a me descobrir e gostar de tudo que me fizesse pensar e surpreendesse, quando comecei a gostar de tudo que fugia do padrão ao meu redor, do que ninguém gostava.
Lembro com gosto bom dos domingos chuvosos em que acordava cedo, sumia no cobertor imenso e via minhas histórias preferidas em sequência na tv sentindo cheiro do café da manhã. Lembro do quanto as histórias me faziam pensar, chorar... Ficava ali por horas, sem preocupação, pensando no que dizia respeito somente a mim.
Esses momentos me fizeram mudar muito.
Pensar, repensar.
Lembro do meu pai no sofá da sala lendo jornal, meu irmão cantarolando no banho e minha mãe penteando o cabelo molhado, cheirosa... Lembro de nós juntos.
Lembro da preguiça boa enroscada cm meus ursos, de soltar um gemido insatisfeito por lembrar que segunda era dia de escola. Lembro de observar por horas na janela enorme a chuva caindo... Me apaixonei e a observo até hoje, temos longas conversas, muitas histórias.
Lembro da serenidade dos meus dias chuvosos de domingo.
Sem pensar em nada, nadam absolutamente nada.

Ouvido:
*California (Phanton Planet)
"... Listen as we go nothing's gonna stop me now
California here we come right back were we started from
Pedal to the floor thinkin' of the roar..."

8 de dezembro de 2010

Mediano.

Faça-me perguntas.
Perguntas sensatas, perguntas que me façam pensar para responder, perguntas em que nunca tinha pensado antes por mais difícil que isso seja.
Surpreenda-me.
Faça-me perguntas sobre assuntos diversificados, converse comigo sobre vários assuntos.
Faça-me perguntas criativas, perguntas que nunca que me fizeram antes.
Não venha me falar o que fazer como fazer ou porque fazer.
Se for para me falar fatos ruins, falar sobre pessoas, fofocas ou pensamentos ruins... Não fale.
Quero falar sobre idéias.
Idéias de futuro, passado ou presente.
Idéias do bem com bem para o bem.
Vamos trocar idéias, não passar a passada adiante.
Desabafe comigo suas frustrações, alegrias, encantos ou perdas contanto que não diga respeito ao mal de outro ser. Não quero falar de outro ser, prefiro falar de você.
Me interesso por você, você me inspira...
Seja a forma que for ou quem for, você me inspira algo.
É, você  que usa bege para não chamar atenção, você que usa unhas enormes vermelho 40° porque acha sexy, você que mergulha em um amor de cabeça e sofre por isso, você que fala baixinho quando se trata de dinheiro, você que saiu de casa com essa roupa por algum motivo. Você que jamais fala de sexo porque sente vergonha ou você que ama falar disso. Você que é tão arrogante mas tem sua explicação para isso. Você que se acha irritantemente entediante, eu te acho interessante. Você que esta caminhando pensativa com um fone no ouvido, eu me interesso pela sua música, pelo seu pensamento.
Me interesso pela história do livro, pelo que esta acontecendo no quadro...
Tudo isso me traz um conteúdo absurdo e incrivelmente interessante.
Me interesso pelos demais, acho que VOCÊ tem muito a dizer.

19 de novembro de 2010

Mochileiro

Com minha bolsa enorme e pesada, cabelo preso em um coque frouxo, calça jeans, blusa branca e meu anel enorme novo, sempre um novo... Nenhuma empolgação com qualquer projeto futuro, nenhum pensamento. Nada de revolucionário para me orgulhar, nenhum livro terminado ou de sucesso, nenhum filme record em bilheteria, nenhuma fama por ato simples ou motivo de heroísmo. Nada. Apenas meu drama pessoal que daria um filme impossível de ser interpretado  com um roteiro indiscreto.
Eu.
Ando por ai olhando ao redor tudo que podia ser melhor. Não me contento.
Eu quero ir embora. Admiro tanto quem vai embora. Programado ou dado na telha, eu quero ir. Não ligo de deixar tudo que tenho aqui, eu quero ir.
Quero ir pra China sem falar chinês, fazer yoga e aprender origami. Quero ir pro Japão e andar como uma Decora Kei ou uma Mori Girl, sem falar japonês. Quero ir para o Havaí aprender a surfar, pegar pelo menos uma onda e tirar uma foto do pôr do sol dourado. Quero ir para Portugal visitar Vasco da Gama, beber em boteco e fumar os cigarros fortes. Quero visitar Dubai, levar algo feliz para o máximo de crianças possíveis, escurecer meus olhos com maquiagem forte e comprar pelo menos uma pulseira de ouro. Quero ir para um hotel cinco estrelas em Cancun, observar tudo com um chapéu grande tomando um drink decorado na piscina. Quero comer uma pizza peperoni na Itália. Quero ir à Miami beach. Sair uma noite em Nova York. Quero ir a Ibiza e fazer top less na praia com naturalidade. Quero o frio do bar de gelo em Amsterdam após assistir as artistas dançarinas de vitrine se prostituindo. Quero ir a um coliseu na Grécia. Quero velejar em Veneza...
Tenho fome de tantos lugares...
Quero a minha Paris. Lá eu quero me perder nas vielas pela manhã e admirar as luzes a noite sob a Torre Eiffel, comer quiche,  conhecer os ateliês de que sempre sonhei, caminhar a tarde ouvindo uma chique e calma música de Paris, só em Paris. Admirar as lindas pessoas bem vestidas bebendo um suco de frutas após um café, andar de bicicleta pelas praças de Paris.
Eu quero ir. Escuto suas histórias para boi dormir feliz da vida. Diz que me leva e aceito. Minha mochila está a sua espera, depois que eu for sozinha. Ou depois eu vou sozinha.
Mas eu quero ir.

18 de novembro de 2010

Águas Passadas

Estou medindo tempo. Me refiro as águas.
Pequei a saudável mania de beber um copo de água a cada hora que passa. Isso após o meu café da manhã quase que canino, porém, importantíssimo para o bom funcionamento do meu corpo.
Não é nada revolucionário, importante demais. Mas me regula, em todos os significados da palavra, inclusive do trabalho.
Cala minha boca quase berrante um belo gole dela bem gelada. Refresca o cérebro. Da choque.
Começam as ligações cedo, o toque alto e irritante do telefone ao meu lado me  dá ância. Os pedidos vem logo em seguida. As águas junto com eles.
Água número 1 das 09:00, água número 2 das 10:00, 3 das 11:00, 4 do meio dia.
Nesse meio tempo me contorço de cólica antes de me render a ir ao banheiro. Prendo até o último minuto.
No copo que seria para ser o quinto, pauso em tudo. Não aguento mais água,as cólicas, idas ao banheiro, ouvir as vozes , nem o to que do telefone. Não aguento mais pensar.
Mas as 14:00 voltam as águas, as cólicas, as idas ao banheiro, as vozes, o telefone e os pensamentos. Todos de mãos dadas me atormentar.
Na água 7 já estou tão louca quanto tudo que me ronda.
Vem as cobranças, e cadê a minha organização diante de tudo?
Bom, os documentos para arquivar foram o copo 1, 09:00, o ligação pendente foi no copo 3, 11:30, o documento digitado foi no copo 6, 16:20, o agendamento da reunião foi no copo 5, 14:40. Falei com meu namorado entre um copo e outro, mais precisamente no 1, 4, 5 e 7.
Minha hora mais esperada é o copo 9, o de ir embora, porém,  depois disso fico perdida. Não tenho o Outlook para me avisar de hora em hora que está na hora de eu beber meu copo de água. Me contendo com as idas ao banheiro espelham as águas do dia todo. E me esqueço do que foram feitos nos copos anteriores.
No copo 15 me desligo.

17 de novembro de 2010

Sobre um passado mal vivido (um)

Ouvindo "Filtro Solar" do Pedro Bial (acreditem, nunca tinha escutado), uma frase me chamou atenção, o contexto que eu precisava ouvir, o alerta que eu precisava para ver o que estava bem ao meu lado, mais precisamente, dentro de mim, fazendo parte de mim, da minha personalidade, do que sou hoje ou ainda serei.
Já havia pensado quando me aproximava da idade "de maluco" em que eu me encontro. A idade tão esperada, a idade tão amada, idade de nada... Da qual me vi totalmente em crise.
Estranhamente certo o fato de que realmente as pessoas mais interessantes, amadas e respeitadas por mim eram um "Zé Ninguém" importantíssimo para si mesmo para se importar com demais fatos. Em tal idade muitos não sabiam o que fazer, talvez por que não tinham nada em mente, ou porque queriam mesmo fazer nada, porque deu tudo certo, ou não se importaram... Ou se importaram e resolveram nem ligar.
Meus ídolos não foram exemplos de pessoas a serem seguidos, muitos morreram de overdose, outros já foram presos, alguns mal entendidos... Porém todos, todos admirados.
Conheço também pessoas nem tão famosas ou não famosas literalmente, pessoas que não foram ou são "prejudiciais" a população que tem minha admiração insuperável.
Não considero fútil tal admiração, não estou aqui para admirar só uma aparência deslumbrante, estou aqui para admirar uma mente brilhante.
A mente brilhante dos poetas sujos que mesmo fora da realidade m fazem chorar e levar como filosofia seus ditos, mentes brilhantes que me fazem assistir o mesmo filme milhões de vezes só para descobrir cada vez um novo conteúdo brilhante nas suas falas, mentes que me fazem assistir este mesmo filme mais mil vezes para reparar agora nos detalhes dos figurinos, posturas, formas e fatos, mentes brilhantes que fazem cada pessoa de qualquer lugar do mundo ter seus pensamentos rabiscados no café da manhã na ponta da língua o tempo todo.
Admiro também as mentes brilhantes mirabolando crimes bárbaros e impensáveis.
Queria estudar cada canto de suas mentes... E encanto.
Notei que nenhum dos meus mais brilhantes amores tinha preocupação com um futuro brilhante, nenhum tentava adivinhar além de tentar um futuro bom, nenhum chorava a espera de um futuro bom... O futuro sonhado, era sem expectativa, não era uma pré-ocupação como existe em mim.
Mostravam-se tão felizes, só sofriam por amor, viviam um dia depois o outro. Talvez seja esse o remédio.

26 de outubro de 2010

Antropófagas.



Estava lendo uma coluna sobre mulheres escrita por homens. Seu título era algo do tipo "Devoradoras de homens, insensíveis, taradas e indiscretas".
Ué, não tem algo de errado nisso?
Era um texto obviamente machista. Por mais que existam homens denominados inteligentes e dignos, o machismo é igual aquela parte do corpo que eles mais idolatram, nasce grudado, cresce conforme o tempo e eles se apegam cada vez mais.
E nós somos as feministas? De certa forma sim, involuntariamente tivemos que nos preocupar em tomar esse antibiótico.
Dignos de pena? Não, dignos de qualquer outra coisa, menos de pena.
No texto, falava-se principalmente da mudança no amor e sexo, em protesto.
Foi demais pra eu ler a indignação deles de que  agora eles se acham vítimas por ouvir frases do tipo “Estou confusa, não é culpa sua, você é ótimo, sou eu ", “Sinto que estamos em momentos diferentes, não quero te magoar”, "Estou confusa"...
Eles estão mesmo se sentindo usados? Meninos, só estamos amaciando o adeus.
Não é fraude sentimental, é recuo e avanço. Os dizeres denominados masculinos feitos por nós, mulheres, é apenas um detalhe.
Sinto-lhes informar que depois que queimamos os soutiens, nada voltará a ser o mesmo.
A fase de chegar em casa e encontrar a comida pronta e gostosa e ir ver jogo acabou, façam o jantar vocês mesmos e lavem a louça, e quando comprar cerveja para o jogo, tragam mais meia dúzia. Não se distraiam quando olharem para o lado oposto a suas mulheres, lembrem-se que vocês também tem lado oposto, apesar de não deixarmos vocês perceberem. Rs
Em relação à barata, lâmpada queimada, eletro doméstico quebrado... Não se preocupem que também não precisamos de vocês.
Aproveitem também a terça da pelada, a quarta do boteco, a quinta do campeonato... Nós estaremos aproveitando nosso "dia de qualquer coisa" a qualquer hora.
Parem de achar que tem uma menina virgem esperando vocês, Papai Noel não existe. Hoje em dia não se encontram mais mulheres de 30, 40 anos que nunca chegaram ao orgasmo como antigamente. Não pensem que vocês é que dão o prazer na hora que querem, o prazer vem quando queremos e fingimos quando não o queremos. Não necessariamente todas precisam de seus instrumentos gloriosos para satisfação absoluta.
Sexualmente falando, vocês são uma escolha e não uma necessidade.
E se preciso, podemos também queimar as calcinhas!

25 de outubro de 2010

Eu, tu sem ele. Nós, vós sem eles.


Esse vento no meu rosto, o som da água salgada acariciando as pedras,
a expressão serena das poucas pessoas ao nosso redor nos olhando com sorriso no canto da boca...
Será que é tão bom e bonito ver de fora quanto de dentro?
Porque as pessoas riem? Porque eu rio? Porque você ri?
Um riso tão calmo como o lugar onde estamos.
Os leves raios de sol cintilando a água, fazendo-a brilhar como purpurina.
Porém, você, cintila mais que a água, o raio amarelo-ouro do sol, o azul claro do céu,
as nuvens de algodão... Mais que aquela brisa trazendo calma.
Somente você e eu, tudo que me basta agora.
É mais divertido, mais bonito, mais tranquilo, mais sincero...

21 de outubro de 2010

Mentiras fúteis ou Verdade incerta?

De nós, restou nosso apartamento com os quartos minuciosamente decorados que só entrariam comidas saudáveis e os doces seriam apenas nos finais de semana. Nosso "cafofo" onde seria bem arrumado com tarefas divididas e teriam diversos espelhos. Onde haveria um quarto extra transformado em ateliê com nossos tecidos, botões, roupas inacabadas e finalizadas expostas para nossa admiração.
Nossa viagem para fazer mestrado em Paris, ultrapassar nossa cara de pau para conhecer as pessoas mais importantes desse NOSSO mundo tão amado, frequentar os melhores eventos, a cada saída voltar sem conseguir andar de tantas compras e claro, juntas.
As gargalhadas intermináveis a qualquer momento e lugar. As grandes besteiras faladas e até as não ditas e entendidas.
Éramos nossas saídas, nossos estudos, nossos segredos, nossas risadas. Éramos a música que dançávamos diferente da música que ouvíamos. Éramos os lugares que íamos diferente dos lugares que queríamos ir. Éramos nossos estilos iguais, nossa maquiagem parecida com o blush inigualável. Éramos nossas brigas. Éramos muito de nós mesmas, iguais.
Éramos a amizade, a irmandade.
De nós, só restou o que aconteceu e o que foi só um sonho.

20 de outubro de 2010

Subindo.

Estrada fria, muita neblina;
Música calma;
Vista linda mesmo escondida;
Ar puro gelado, diferencial do dia constante.
Subindo.
Mesmo com roupas quentes eu conseguia sentir o
tempo gelado pelo meu corpo.
"Essa paz me deu sono".
Meus olhos foram se fechando conforme a música calma,

até que um toque derreteu todo o gelo do frio e me aqueceu profundamente;
Me impulsionou a acordar.
Sublime.
Que clima agradável.
Propenso a ótimos acontecimentos.
Varanda, bela vista, rede sendo balançada levemente pelo ar gelado.
Lá no alto.
Vinho,'amarula' e uma bebida gelada para quebrar. Uma paz que nos faz pensar na adiação do retorno inevitável.
Frio.
O que te faz relaxar, querer acordar mais tarde;
O que te faz sentir-se bem e se aconchegar;
O que te aconselha a ler um livro e te oferece a chance de se aprofundar;
Que te proporciona o prazer de ficar agarradinho com quem se ama na cama o dia todo.
Chegou...
...O retorno inevitável.

14 de outubro de 2010

Um pouco menos, sem dispersar.

[3503935523_b2cdeb4fe0.jpg]Li, reli, li mais uma vez... Até saber o que eu queria.
Li novamente o post "Pois Bem" que fala um pouco de mim.
É generalizando o meu eu, mas sou eu.
Não é um "simplesmente eu" porque não sou simples, mas é uma parte do meu eu.
Notei que no texto era realmente eu mesma, mas no momento, não estou tão ao pé da letra.
Concordo com tudo apesar de ali não estar meu tudo, vejo algo de muito escondido em mim agora.
Primeiro, não acho a tal liberdade que sempre preservei. Tal liberdade suponho eu, se recolheu a tanto encanto que ela trás. Encanto ou desgosto, não sei bem.
Meus defeitos têm mais ênfase e as qualidades não são mais externas. Me recolhi e não entendo o porque.
Minha pele filtra as emoções, porém, não as penera para absolvê-las. O ''recipiente'' meu corpo está fechado com uma tampa forte, lacrado.
Me recolhi.
Uma mudança constante acontece.
Não me encontro em mim mesma, mas nos outros, vejo tudo de mim.
E impera uma única palavra que minha mente insiste em me fazer pensar, mas tal palavra não me reflete nada, apenas pulsa mais, mais e mais..."Dúvida, dúvida, dúvida..."

7 de outubro de 2010

Fundamental em ti.

"Descobrir como você é, do que gosta é a chave para obter felicidade.
Conhecer-se é fundamental. Saiba avaliar o que lhe dá prazer. Respeite seus sentimentos. Não tenha medo de ser o que é.
Se fizer isso, sentirá um calor agradável no peito, uma alegria gostosa, que tornará sua vida mais bonita e colocará mais sedução em seu sorriso.
Essa beleza da alma que se reflete nos sentimentos verdadeiros atrai, conquista, seduz.
É o carisma.
E se você jogar fora seu "sonho de amor", deixar acontecer naturalmente, gostar das pessoas como elas são, descobrirá de quanta beleza, dignidade, dedicação e amor que elas são capazes.
É só tentar."

1 de outubro de 2010

É Passado, Passou.


Leu, releu. Remoeu as lembranças de solidão em companhia e reparou que a solidão agora estava realmente só.
Um mundo único antes dividido agora havia se recolhido a uma só parte da divisão.
Manias foram arrancadas a força.
De repente do outro lado foi mais fácil. Mas o outro ainda se pergunta o porquê.
Bom, mas acabou mesmo.
O reflexo tão  perfeito de si mesmo nunca mais será tão igual.
De longe, mesmo não próximas, os acontecimentos eram claros. Na exposição do dia-a-dia, sabia exatamente o que pensar e como agiria. Por algum tempo isso foi até um jogo. Mesmo de longe, as coisas não haviam mudado tanto.
Qualquer comentário vindo de uma parte sobre a vida da outra parte seriam vistos como "óbvios" ou provocariam prolongadas risadas.
Tantas risadas... E hoje não resta nem poeira.

É assim para pelo menos uma delas.

29 de setembro de 2010

AutoControle.

Parar e pensar. Se manter. Refletir atitudes.
Procurar se esforçar para obter o AUTOCONTROLE.

Oi, meu nome é Andréa, tenho 30 anos.
Oi, meu nome é Cristiane, tenho 25 anos.
Oi, meu nome é Vivian, tenho 46 anos.
"Sou estourada mesmo. Não fico quieta quando não acho algo certo, debato pelas coisas que quero conquistar até ser chata e conseguir. Admito arduamente que gosto sim das coisas do meu jeito e quando elas não são assim eu me revolto. Apesar da demora por essa vitória, é fácil para eu admitir um erro, porém, é extremamente difícil mudá-lo. Não que eu não corra atrás, mas tenho a fraqueza de recair.
Eu sofro quando as coisas não são como eu quero.
Desconto, não falo, tento guardar e solto os cachorros.
Eu odeio ser contrariada quando estou certa. Acho um absurdo uma pessoa errar e não admitir, isso me irrita compulsivamente."

Eu mesma conheço esse mesmo depoimento de diversas pessoas de sexos e idades diferentes.
Se eu me descrevi? Sim, um pouquinho.
Tá. Bastante, mas digamos que com um pouco menos de intensidade em certos fatos.
OK. Meu nome é Lorrayne, tenho 22 anos e sou exatamente assim.

Não acho que seja parte da minha falta de controle, até porque sei bem os fatos que me descontrolam. E me descontrolo mesmo. Depois me dói, choro, me culpo, me envergonho...
Mas meu momento agora é de crescimento e isso está me bastando.
Parei para reparar acontecimentos comuns a fundo e vi que de fato a maioria de nós somos iguais. Ao invés de controlar os nossos impulsos, se torna mais fácil controlar o alheio.
Em um relacionamento homem e mulher é um bom exemplo. Primeiro, temos o péssimo hábito de esperar demais das pessoas, quando se gosta tanto de alguém ao ponto de ter a doação para o namoro, casamento ou comprometimento de vida eterna,  tendemos a achar o parceiro o ser mais incrível e perfeito já existente na face da terra, e esquecemos que ninguém é assim. Logo, quando se nota alguma atitude não esperada POR VOCÊ (porque ninguém vem com o selo de perfeição), começa tudo o que juramos não fazer e negamos até a morte: a cobrança.
Ocasionada por diversos fatores, e um deles é pelo fato de que 'aquilo' não está do jeito que você quer, pensou, sonhou, faz ou faria.
Uma vez li a frase "Muita gente retribui o amor com cobrança, desconfiança e futilidade".
Lendo isso podemos nos lembrar das brigas, cobranças por atenção, por algo que você queria mas a pessoa não deu e do quanto você se irritou com isso, do ciúme por bobeira, da cobrança que você já teve e fez... Vem um sentimento enorme de culpa.
Será que sou essa pessoa que não sabe retribuir o amor? Mas eu me dou tanto...

É... Um troféu para a  sua perfeição.
Sim, estou te dando um tapa na cara para acordar para a vida porque ela não é um conto de fadas onde você é a princesa perfeita e delicada e ele está chegando em um cavalo branco.
Não amada(a), não sou a certinha em tudo não, aprendi na base da porrada mesmo.
Você pode começar se fazendo a seguinte pergunta: " Sou capaz de amar quem está comigo (seja quem for, amigo, família, namorado...) apesar de qualquer defeito gritante ou não que essa pessoa tenha sem interferir de modo agressivo querendo mudar tal a qualquer custo baseado na minha vontade? Sim?
E você é capaz de jamais fazer a cobrança que você faz hoje e deixar a consciência da pessoa falar por si só? Ah sim?
E você vai aguentar viver FELIZ tento que se calar diante de fatos que você não concorda?
Você é capaz de respeitar o tempo de mudança de quem está contigo? Sim?
Parabéns ser único e submisso, sua frieza me comove, porém, não me inveja.
Eu quero mais é viver de sentimentos, ter todos a flor da pele, exalar amor, transparecer o que não me agrada E MANTER MEU CONTROLE.
Nada precisa ser excessivo, cada um tem seus limites, jeito e forma de amar.
Aprendi que ao dizerem que me amam, tenho que ser sincera, fiel e digna desse amor. Um sentimento tão puro e verdadeiro que não se é esbanjado para todo lado, se me amam é porque se tem algum motivo para isso, e darei sempre mais.
E a pessoa que amo darei tudo de melhor que o amor que tenho escolheu para eu dar.
A insegurança vem de nós mesmos, do poder da nossa mente de fantasiar coisas que nos levam aos erros.
Aprendi também que tenho que saber diferenciar o que vem de dentro de mim.
Sexto sentido é diferente de fantasias.

28 de setembro de 2010

Visto do Âmago da alma. (1)

Em um piscar de olhos eu apaguei. Revirando uma amargura molhada e exaltada nos meus olhos, coração, boca... Corpo.
Minha pele exalando tristeza e angustia.
Não sei se adormeci por estar dias sem dormir ou se desmaiei de franqueza.
Acordei com a dor pior ainda.
Me bati, chorei, gritei, xinguei, odiei.
Me arrependi
Fiz tudo de novo
Liguei, falei, desisti
Fiz tudo de novo
Pensei na morte, no vão, solidão
Não pensei
Voltei a apagar
Voltei a acordar com uma dor pior que o ainda
Falei com a voz, falei com escrita, falei gritando, falei soluçando
Resolvi me calar
Voltei atrás
Dei o conselho mais sensato, mais doído e mais intolerante para mim
Voltei atrás
A fraqueza já me consumia, me debulhava em lágrimas. Acho que ninguém conseguiria ficar ali comigo.
O vácuo só aumentava e a dor e a maior que o ainda e o pior.
Cruel.
Vi toda a pele se arrepiando com sentimentos ruins.
Parecia uma séria crise de abstinência. Ou uma overdose de horror.
E agora?
Era medo, mágoa, ância, amargura, peso, vazio... Nunca raiva.
Quero ajudar, quero fazer, quero voltar, perder o medo...
Quero ter força para acabar com toda essa áurea de tristeza que deixei se aprofundar em mim.
Será que eu precisaria mesmo de tratamento de choque para ver que eu estava ficando louca?
Maluca, desnorteada, um nada, amargurada, criatura sem porque de nada nem de viver.
Eram esses os sentimentos.
Após quase desistir e me entregar a todo sentimento ruim, dei mais um passo ao abismo. Mas consegui a dose da droga que posso nomear como 'feita para mim'.
A dose mais forte dela.

23 de setembro de 2010

Me Ama?

Ela - Estou triste. Estou sempre te mostrando meu amor, digo toda hora que te amo, te dou carinho e atenção em tempo integral e nunca escuto ou vejo o mesmo de você, no máximo um "eu também" e olhe lá. O que me diz disso? Você me ama?
Ele - Não vou te responder essa pergunta, não preciso. Quanta bobagem!
Ela - Como assim não vai me responder? Estou triste com isso, você não vai fazer nada?
Ele - Sim! Te responderei com uma simples pergunta "o que estou fazendo junto com você a tanto tempo?"
Ela - Como assim? Isso não quer dizer nada, você não demonstra.
Ele - Quando você for sensata e inteligente o bastante saberá a resposta.

"Quem cala consente", "Ele não me ama", "Está me traindo", "Sou a pior pessoa do mundo"...

Pronto, bastou para a maldita insegurança cruzar seu caminho.
A insegurança que te faz bolar planos mirabolantes, que te faz sentir a pessoa mais horrível do mundo, que te faz você sentir traída e mal amada. A mesma insegurança que te faz ter atos jamais imaginados por você mesma.
O grande problema do ser humano é achar que toda forma certa é a sua, inclusive a de amar.
Mas se todos fossem iguais, o que seria do encantamento? O mundo seria uma mesmice.
Um carinho, um beijo de boa noite, uma ligação sem propósito, um segredo contado, um olhar, um presente dado, um buquê ou um botão de rosas, elogios;
Uma carta; Um cartão; Um bilhete...
Tudo isso ou nada disso.
De repente o outro ama sem precisar de demonstrações,
Pública, ou só demonstrações.
O fato é que todas são formas de amar, todas são certas.
O amor é o sentimento certo.
Na minha base de opiniões a melhor forma de amar é simplesmente sentir.
Sentir. Sem exigir retorno ou reconhecimento, sem exigir provas ou apressando as etapas. Só sentir.
Curtir o amor ao modo bruto. Mesmo que seja 'bruto'.
"Ninguém é de ninguém" e se estão juntos, não pode ser atoa.
O ser humano não consegue fingir o tempo todo.

22 de setembro de 2010

Dito a Ordem.

Para com essa graça viver se escondendo.
Se estiver triste, não falo porque o "inimigo" vai ficar feliz.
Se estiver feliz, não falo, pois o "inimigo" vai ficar com raiva.
Eu estou vivendo para mim ou para esse tal de inimigo?
Se é que esse tal existe né?! Para mim ele existe só na ficção.
Para que vou viver escondida se minha tristeza serve de consolo para tanta gente?
Se minha tristeza faz-me expressar e melhorar? Se minha tristeza pode ser útil para que o motivo de tal não retorne?
Para que vou viver escondida se tudo o que quero é explodir de alegria?Se quero reprimir a tristeza? Se expressando tal eu posso fazer tanta gente melhorar?
Se quiser berrar minha tristeza ou alegria, farei.
Pegarei um berrante e o farei com toda força e sentimentalismo que houver em mim.
Ao contrário, me calo.
Ao contrário, falo para quem me deixar à vontade.
Ao contrário, debato com o espelho.
Quanto aos desprezáveis fofoqueiros denominados "inimigos"
Que culpa eu tenho se algumas pessoas não cuidam de suas próprias vidas?
Garanto com toda certeza que se cuidassem, não precisariam ter esses dois níveis intensos de sentimentos generalizados a base dos demais.
Para vocês, pessoas que me tem como "inimiga mortal":
1º Me sinto poderosa demais com isso. rs
2º Te acho patético.
3º Vou estar sempre te dando o prazer da minha tristeza ao expressar qualquer coisa que me faça mal.
4º e Último, Você se sentir tocado com a minha felicidade não me comove ao ponto de parar de esbanjá-la.

Inspiração de hoje.

Ela Fala.
A autenticidade dela grita, aparece antes dela.
Não, você não está se enganando de conhecer e ver que ela é igual ao que parece.
Ela é "aquilo" que está ali.
Ela fala, grita, bebe, dança fofoca, resmunga... Ah como resmunga.
A simpatia é notável, até você conhecer a fundo.
Não, ela não é "fofa". Mas com toda a intolerância com tudo, indignação com o errado e preocupação com o alheio, ela é um doce.
Ela te faz pensar, te faz rir, te faz ter raiva, te faz ver coisas por outro angulo...
Te faz ver coisas.
Ela é bonita, com a diferença de não seguir o padrão.
Ela briga, ela se mete, ela se expõe... Mas é um doce ainda.
Ela te faz rir dos problemas dela e te faz pensar nos seus.
Ela te observa.
Ela mostra sempre um lado bom.
Ela faz você ver que aquilo nem é tão complicado assim.

É bom para conversar.
É aquela que nem é tão íntima assim, mas de primeira foi a que me deixou à vontade.
E fico à vontade
E com ela sou à vontade.

Texto dedicado.

15 de setembro de 2010

Ma Vie Dans Vos Mains En France.


Certa noite sonhei com ela. Aquela da qual nem acordada eu havia sonhado, aquela que não sabia como seria e que nem desejava.
A aliança.
Aquela que sonhei em nunca ter.
Até o presente momento.
Havia muitas luzes, muito luxo, muita beleza e uma paz que não sabia de onde vinha.
Eram  luzes lindas que ofuscavam a vista.
Um luxo de cultura, de conservação.
Uma representação deslumbrante em vias.
E a paz que eu não sabia de onde vinha.
Era a minha Paris.
Grande parte do projeto da minha vida estava abaixo dos meus pés e eu, sonhando. No ato, me senti enfurecida de ser apenas um sonho, mas fui distraída pelo meu encanto e paixão pela cidade.
Levada pelo som de uma chiquérrima e calma música 'de La France', entendi de onde vinha toda aquela paz.
Ao pé do meu ouvido:
- Você está especialmente linda hoje.
- Merci Cher. Disse eu brincando confortavelmente com o homem da minha vida.
Rafael estava lindo como de praxe, as luzes refletidas nos olhos o deixava ainda mais cintilante.
Com o jeito 'largado', fugiu rapidamente do romantismo
- Queria te dar uma coisa.
Mas logo voltou a tal
- Você sabe que não sou muito bom com declarações espontâneas, pensei em um monte de coisas que nem vou conseguir lembrar, mas é algo que achei que deveria te dar.
Depois de limpar as lágrimas dos meus olhos que não me deixavam ver nada pela quantidade de luz que refletiam, pude ver quão linda era.
Vinha escrito "Ma vie dans vos mains", entre um brilhante singelo, lindo. Dentro, o nosso infinito.
- Je t'aime mon amour.
- Je t'aime.

Meu melhor momento, e eu dormindo.
Como uma pessoa conseguiu mudar tão radicalmente minha perspectiva de vida?
Ah, também não ligo de saber.
Me entrego e só.

Quando percebi que tinha acordado, mantive os olhos fechados por dez segundos com o pensamento fixado no sonho, para não esquecer qualquer detalhe.
E lembrei o porquê de nos chamarmos de "Mon".


14 de setembro de 2010

Relacionado a Amor e Ódio.

Não dá! Eu não consigo te descrever em um só poema ou texto elaborado.
Teriam que ser bilhares deles. Em uma briga com desaforos momentâneos eu não consigo manter o ódio de você. Isso me mantem e me dói.
Em relação a você meu egoísmo berra. Me deixa surda. Se eu pudesse, ninguém te tocaria. Se pudesse te transformar em algo, seria minha pele. Não teria como ficar sem e manteria contato direto e absoluto com ela.
Se prefiro que morra eu ou você? Não sei. Não conseguiria viver sem você. Não conseguiria morrer e só poder te ver de longe. De repente, te pouparia da morte para não vagar no meu lugar. Você não vai direto para o céu, você não é perfeito.
E nem eu, eu sei. Mas a minha imperfeição eu sei como aturar. Às vezes até não, mas sou eu, e dentro de mim, pra mim, não tem como mudar. Mas você? Não sou obrigada a estar. Você tem defeitos gigantes, você tem coisas que só eu percebo. Porque será que eu não consigo me manter saudável longe do seu ser? Eu te odeio tanto que já cansei e de me deixei viver por instinto. Irritante é que eu sei que nós mesmos construímos isso, juntos.
Não, não é infelicidade. É uma alegria sem fim que às vezes tento (e às vezes até consigo) gritar isso tudo para tentar desabafar.
É recíproco, eu sei. Então, não me responde que é amor porque sabemos bem o que sentimos e como não dá para expressar.
No caso, sua imperfeição me completa inexplicavelmente BEM.


13 de setembro de 2010

Coelho da Alice falou.

"Vai viver o seu sonho
Vai viver da forma que você quer e acha que deve
Vai viver a fase que você achar conveniente viver primeiro
Vai viver primeiro o SEU sonho
Antes de apontar o outro, olhe o reflexo da água e se aponte, vai ver que se apontar com a mesma precisão que aponta os outros, o reflexo mexido não deixa você se ver nitidamente.
Será que você se conhece? Ou consegue tocar na água sem ela se mover?
Corra atrás do que acha certo, independente dos demais.
Não tenha medo, algo espera por você!
Não pare, pois o tempo continua e o incômodo dos fatos não vai parar
de fazer 'TIC-TAC' na sua cabeça".

                                                      Coelho da Alice dando um toque.
                                                      Estou correndo atrás dele.

Imagem: google

RéPlay.



Resolvi arrumar aquela bagunça daquela gaveta esquecida, cheia de papeis e fotos. Toda empoeirada. Não sei o que deu em mim, mas olhei para a tal gaveta e resolvi encarar.
Sabia que estaria revirando lembranças. Algumas guardadas para serem lembradas e outras guardadas para o esquecimento. Arrumar aquela bagunça sempre exigiu de mim extrema paciência e estômago. Sempre parei para vasculhar como escolha de um momento profundo. Várias vezes dei início e parei no meio. Eram coisas que quando foram acontecendo fui guardando e como não fui eu quem fez minha mudança, as lembranças foram grudadas em mim. Era como uma tatuagem da qual não se da para arrancar da pele.
Coloquei o cd que o Rafael me deu com algumas das músicas mais inspiradoras da minha vida e com um saco enorme de lixo na mão, me sentei em frente à gaveta e suspirei bem fundo antes de abrir...
A primeira coisa que peguei para ver foram as fotos.
Fotos de quando criança fazendo cabaninha de lençol com a minha prima nas viagens para Muriqui, muito queimada de sol e com os dentes em formação ainda. Era tão boa a cumplicidade que tínhamos. Apesar das nossas brigas constantes e bem violentas, éramos como unha e carne, quando não estávamos com tais cravadas uma na outra. Hoje em dia nos amamos além da conta, nossas brigas nunca mais aconteceram, o contato diário já não é o mesmo, mas a admiração prevalece.
Fotos em algum lugar desconhecido da minha memória, porém, lindo. Me conhecendo bem, sei que gostei de estar lá. Na foto estou sentada na areia da praia, tomando suco em um abacaxi e chorando demais. A foto está engraçada, não tenho idéia do porque eu chorava tanto, devia ser algo horrível pela cara que eu fazia, deve ser por isso que hoje odeio abacaxi. Me deu saudade da época de filha única e dos passeios com os meus pais juntos.
Foto do aniversário de 15 anos da minha irmã mais velha, de quando conheci minhas duas irmãs por parte de pai. Eu tinha dois aninhos e hoje ela me conta que naquela festa maravilhosa que ela teve, a única coisa que ela fez foi ficar comigo.
Fotos da época de escola, das primeiras amigas, das festas, das reuniões à tarde depois da aula... Fotos das milhares de fases que tive, milhares de estilos e cabelos diferentes. Fotos com as amigas que ajudaram a formar minhas opiniões e cresceram junto comigo.
Pulei para as agendas. Sempre gostei de escrever e cada ano eu tinha umas três agendas. Confições em detalhes de cada fase da minha vida, decepções amorosas, declarações imaturas, situações engraçadas, momentos críticos de raiva e revolta, segredos em papeis embrulhados e presos com fitas adesivas e grampeador. Coisas que quando li, me feriram. Coisas que quando li, notei o quanto estou madura. Rabiscos, rascunhos, desenhos, planos, projetos, desejos... Nomes que não lembro e que prefiro nem lembrar.
Corri para as cartas. São várias, de várias pessoas, de vários tipos. Decoradas, escritas a mão, no computador e até em máquina de escrever. Cartas em forma de versos, rimas, desabafo, conselho, admiração. Escritas que me fizeram crescer, escritas que me fizeram ficar triste... Muitas com apenas algumas escritas válidas só para o momento.
É engraçado que vendo tudo isso, me lembro exatamente de como foi e de como me senti. É como se tivesse tudo gravado em uma fita cassete e eu pudesse voltar a hora que eu quisesse.
Antes me confortava saber que tinha todas aquelas lembranças alí, saber que eu poderia reviver tudo aquilo a qualquer hora. Agora não mais.
O saco de lixo foi muito útil. As agendas foram depenadas. Parte boa fica - parte ruim sai. As fotos foram todas bem aproveitadas, até porque, todas aquelas pessoas me proporcionaram momentos incríveis.
Eu cresci tanto, me aprovo disso a cada passo que dou, a cada pensamento que surge. Me orgulho do meu progresso diário.
Será que eu uso estas coisas como refúgio? É uma arma? Prova? Esconderijo?
É preciso?
Por um momento pensei "Chega de guardar essas 'tralhas', vou viver apenas o presente".
Olhei para a prateleira na minha cama e vi diversas caixas com presentes lindos e cartas incríveis do Rafael, todos os bilhetinhos carinhosos e de brigas com a minha mãe, cada desenhado mal rabiscado da minha priminha mais nova. Isso eu sei que não vou jogar fora.
Me toquei de que tenho que parar de tentar mudar, tenho que deixar as coisas acontecerem à gosto... À meu gosto.

-Está tudo guardado em mim.