18 de novembro de 2010

Águas Passadas

Estou medindo tempo. Me refiro as águas.
Pequei a saudável mania de beber um copo de água a cada hora que passa. Isso após o meu café da manhã quase que canino, porém, importantíssimo para o bom funcionamento do meu corpo.
Não é nada revolucionário, importante demais. Mas me regula, em todos os significados da palavra, inclusive do trabalho.
Cala minha boca quase berrante um belo gole dela bem gelada. Refresca o cérebro. Da choque.
Começam as ligações cedo, o toque alto e irritante do telefone ao meu lado me  dá ância. Os pedidos vem logo em seguida. As águas junto com eles.
Água número 1 das 09:00, água número 2 das 10:00, 3 das 11:00, 4 do meio dia.
Nesse meio tempo me contorço de cólica antes de me render a ir ao banheiro. Prendo até o último minuto.
No copo que seria para ser o quinto, pauso em tudo. Não aguento mais água,as cólicas, idas ao banheiro, ouvir as vozes , nem o to que do telefone. Não aguento mais pensar.
Mas as 14:00 voltam as águas, as cólicas, as idas ao banheiro, as vozes, o telefone e os pensamentos. Todos de mãos dadas me atormentar.
Na água 7 já estou tão louca quanto tudo que me ronda.
Vem as cobranças, e cadê a minha organização diante de tudo?
Bom, os documentos para arquivar foram o copo 1, 09:00, o ligação pendente foi no copo 3, 11:30, o documento digitado foi no copo 6, 16:20, o agendamento da reunião foi no copo 5, 14:40. Falei com meu namorado entre um copo e outro, mais precisamente no 1, 4, 5 e 7.
Minha hora mais esperada é o copo 9, o de ir embora, porém,  depois disso fico perdida. Não tenho o Outlook para me avisar de hora em hora que está na hora de eu beber meu copo de água. Me contendo com as idas ao banheiro espelham as águas do dia todo. E me esqueço do que foram feitos nos copos anteriores.
No copo 15 me desligo.