28 de fevereiro de 2011

Intuitivo

É tão forte quando o impulsivo.
Impressiona, aborrece, sai do limite... É preocupação constante.
Trás sorrisos sinceros, a sinceridade propriamente dita e limpa e paz apesar dos pesares.
Não é da mesma cor nem tem o mesmo sangue, o brasão é outro, é ouro.
De lá tudo é inconveniente e inconsequente, daqui é tudo tolerante e junto tudo é incomum.
As opiniões são estrondosamente opostas, nervosas, gritantes e amorosamente saudáveis.
Não merece a dedicação nítida, mas é dada. E a reciprocidade passada no olhar.
É tudo que eu não queria ter. É o filho rebelde, o irmão irritante, o namorado possessivo, o pai ciumento, a mãe na tpm, o avô antiquado, o padrinho desnaturado... É depressão e a minha volta por cima.
Devido aos adjetivos, o destino poderia ter me mandado de qualquer outra forma, mas seria fácil demais para amar. Veio como meu amigo, irmão. Foi por escolha, de nem se entender. Foi um ato não pensado, mas adotado.
Não é o amigo de carinhos, beijos, abraços. Não é o amigo preocupado e atencioso...
Ele é meu preto e eu a irmã dele. Eu ligo pra ele e ele me cobra atenção. Ele é meu xodó e as cenas de ciúme que ele tem a oferecer são todas minhas. Meu erro é a piada dele, o erro dele é a aceleração da minha velhice, o que também trás seu sorriso. Seu sorriso me amolece da raiva. Eu quero letras ele quer batidas, eu quero dormir e ele não para um minuto. Eu quero entender e ele nem tenta me explicar. Ele é a parte bruta e eu a parte sensível.
Eu sou toda taurina e ele todo câncer. Nem é o oposto, mas achamos bem mais interessante conviver assim.
Coisas entre preocupação minha, alívio dele.
Amei por extinto, chorei por desespero.
Tive medo, senti ódio do mundo, me virei contra todos.
Por extinto.
Não tive minha hora de alívio enquanto pensei que teria, mas estava ali.
Sorri com lágrimas, chorei sorrindo. Estava ali.
E hoje, minha melhor recompensa é o orgulho que sinto e poder ouvir de uma voz madura "Irmã, eu te amo".
Não me preocupe mais.

7 de fevereiro de 2011

A Ponte.

De ida...
Rua ar banho muito mão cabelo lado fôlego lugares lua olhos sombra sustentando sol sempre atenção só cama tempo falta alto meu seco corpo rua pássaros madrugada lado direita ressaca cortinas dormia nó lado levanto gostaria sair distantes sonhos intrigante antes janela queima
Olho as cortinas fechadas e me falta ar, me falta o fôlego que não prestei atenção enquanto dormia.
Esfrego meus olhos embaçados, cabelo preso no alto e olho para o lado, sempre a mão direita sustentando meu corpo na cama. A garganta da um nó seco, desdobro minha perna abaixo do corpo e me levanto rapidamente para sair dessa ressaca madrugada de sol.  Meu banho de olhos fechados me leva a lugares distantes, de sonhos.
Chega ser intrigante olhar pela janela antes de ir. Lá fora a lua queima enquanto procuro pássaros para dar sombra.
Gostaria muito do meu tempo para sair só.
Trabalho. 18:00  já não é mais meu horário de sair e já me acostumei com isso. Por mais cansada que esteja me permito andar  um pouco mais do que deveria só para ter um momento comigo.
Dia me encontro com elas, dias acho que o ar de casa é menos poluído que todo esse barulho entre as ruas. Dias acho que o silêncio de casa que polui minha mente. Surge vontade de andar.
Dia sim, dias não.
Andar sem rumo, ver para onde as pernas vão me levar, reparar em tudo e em todos por quem eu passo.

De volta...