29 de setembro de 2010

AutoControle.

Parar e pensar. Se manter. Refletir atitudes.
Procurar se esforçar para obter o AUTOCONTROLE.

Oi, meu nome é Andréa, tenho 30 anos.
Oi, meu nome é Cristiane, tenho 25 anos.
Oi, meu nome é Vivian, tenho 46 anos.
"Sou estourada mesmo. Não fico quieta quando não acho algo certo, debato pelas coisas que quero conquistar até ser chata e conseguir. Admito arduamente que gosto sim das coisas do meu jeito e quando elas não são assim eu me revolto. Apesar da demora por essa vitória, é fácil para eu admitir um erro, porém, é extremamente difícil mudá-lo. Não que eu não corra atrás, mas tenho a fraqueza de recair.
Eu sofro quando as coisas não são como eu quero.
Desconto, não falo, tento guardar e solto os cachorros.
Eu odeio ser contrariada quando estou certa. Acho um absurdo uma pessoa errar e não admitir, isso me irrita compulsivamente."

Eu mesma conheço esse mesmo depoimento de diversas pessoas de sexos e idades diferentes.
Se eu me descrevi? Sim, um pouquinho.
Tá. Bastante, mas digamos que com um pouco menos de intensidade em certos fatos.
OK. Meu nome é Lorrayne, tenho 22 anos e sou exatamente assim.

Não acho que seja parte da minha falta de controle, até porque sei bem os fatos que me descontrolam. E me descontrolo mesmo. Depois me dói, choro, me culpo, me envergonho...
Mas meu momento agora é de crescimento e isso está me bastando.
Parei para reparar acontecimentos comuns a fundo e vi que de fato a maioria de nós somos iguais. Ao invés de controlar os nossos impulsos, se torna mais fácil controlar o alheio.
Em um relacionamento homem e mulher é um bom exemplo. Primeiro, temos o péssimo hábito de esperar demais das pessoas, quando se gosta tanto de alguém ao ponto de ter a doação para o namoro, casamento ou comprometimento de vida eterna,  tendemos a achar o parceiro o ser mais incrível e perfeito já existente na face da terra, e esquecemos que ninguém é assim. Logo, quando se nota alguma atitude não esperada POR VOCÊ (porque ninguém vem com o selo de perfeição), começa tudo o que juramos não fazer e negamos até a morte: a cobrança.
Ocasionada por diversos fatores, e um deles é pelo fato de que 'aquilo' não está do jeito que você quer, pensou, sonhou, faz ou faria.
Uma vez li a frase "Muita gente retribui o amor com cobrança, desconfiança e futilidade".
Lendo isso podemos nos lembrar das brigas, cobranças por atenção, por algo que você queria mas a pessoa não deu e do quanto você se irritou com isso, do ciúme por bobeira, da cobrança que você já teve e fez... Vem um sentimento enorme de culpa.
Será que sou essa pessoa que não sabe retribuir o amor? Mas eu me dou tanto...

É... Um troféu para a  sua perfeição.
Sim, estou te dando um tapa na cara para acordar para a vida porque ela não é um conto de fadas onde você é a princesa perfeita e delicada e ele está chegando em um cavalo branco.
Não amada(a), não sou a certinha em tudo não, aprendi na base da porrada mesmo.
Você pode começar se fazendo a seguinte pergunta: " Sou capaz de amar quem está comigo (seja quem for, amigo, família, namorado...) apesar de qualquer defeito gritante ou não que essa pessoa tenha sem interferir de modo agressivo querendo mudar tal a qualquer custo baseado na minha vontade? Sim?
E você é capaz de jamais fazer a cobrança que você faz hoje e deixar a consciência da pessoa falar por si só? Ah sim?
E você vai aguentar viver FELIZ tento que se calar diante de fatos que você não concorda?
Você é capaz de respeitar o tempo de mudança de quem está contigo? Sim?
Parabéns ser único e submisso, sua frieza me comove, porém, não me inveja.
Eu quero mais é viver de sentimentos, ter todos a flor da pele, exalar amor, transparecer o que não me agrada E MANTER MEU CONTROLE.
Nada precisa ser excessivo, cada um tem seus limites, jeito e forma de amar.
Aprendi que ao dizerem que me amam, tenho que ser sincera, fiel e digna desse amor. Um sentimento tão puro e verdadeiro que não se é esbanjado para todo lado, se me amam é porque se tem algum motivo para isso, e darei sempre mais.
E a pessoa que amo darei tudo de melhor que o amor que tenho escolheu para eu dar.
A insegurança vem de nós mesmos, do poder da nossa mente de fantasiar coisas que nos levam aos erros.
Aprendi também que tenho que saber diferenciar o que vem de dentro de mim.
Sexto sentido é diferente de fantasias.

28 de setembro de 2010

Visto do Âmago da alma. (1)

Em um piscar de olhos eu apaguei. Revirando uma amargura molhada e exaltada nos meus olhos, coração, boca... Corpo.
Minha pele exalando tristeza e angustia.
Não sei se adormeci por estar dias sem dormir ou se desmaiei de franqueza.
Acordei com a dor pior ainda.
Me bati, chorei, gritei, xinguei, odiei.
Me arrependi
Fiz tudo de novo
Liguei, falei, desisti
Fiz tudo de novo
Pensei na morte, no vão, solidão
Não pensei
Voltei a apagar
Voltei a acordar com uma dor pior que o ainda
Falei com a voz, falei com escrita, falei gritando, falei soluçando
Resolvi me calar
Voltei atrás
Dei o conselho mais sensato, mais doído e mais intolerante para mim
Voltei atrás
A fraqueza já me consumia, me debulhava em lágrimas. Acho que ninguém conseguiria ficar ali comigo.
O vácuo só aumentava e a dor e a maior que o ainda e o pior.
Cruel.
Vi toda a pele se arrepiando com sentimentos ruins.
Parecia uma séria crise de abstinência. Ou uma overdose de horror.
E agora?
Era medo, mágoa, ância, amargura, peso, vazio... Nunca raiva.
Quero ajudar, quero fazer, quero voltar, perder o medo...
Quero ter força para acabar com toda essa áurea de tristeza que deixei se aprofundar em mim.
Será que eu precisaria mesmo de tratamento de choque para ver que eu estava ficando louca?
Maluca, desnorteada, um nada, amargurada, criatura sem porque de nada nem de viver.
Eram esses os sentimentos.
Após quase desistir e me entregar a todo sentimento ruim, dei mais um passo ao abismo. Mas consegui a dose da droga que posso nomear como 'feita para mim'.
A dose mais forte dela.

23 de setembro de 2010

Me Ama?

Ela - Estou triste. Estou sempre te mostrando meu amor, digo toda hora que te amo, te dou carinho e atenção em tempo integral e nunca escuto ou vejo o mesmo de você, no máximo um "eu também" e olhe lá. O que me diz disso? Você me ama?
Ele - Não vou te responder essa pergunta, não preciso. Quanta bobagem!
Ela - Como assim não vai me responder? Estou triste com isso, você não vai fazer nada?
Ele - Sim! Te responderei com uma simples pergunta "o que estou fazendo junto com você a tanto tempo?"
Ela - Como assim? Isso não quer dizer nada, você não demonstra.
Ele - Quando você for sensata e inteligente o bastante saberá a resposta.

"Quem cala consente", "Ele não me ama", "Está me traindo", "Sou a pior pessoa do mundo"...

Pronto, bastou para a maldita insegurança cruzar seu caminho.
A insegurança que te faz bolar planos mirabolantes, que te faz sentir a pessoa mais horrível do mundo, que te faz você sentir traída e mal amada. A mesma insegurança que te faz ter atos jamais imaginados por você mesma.
O grande problema do ser humano é achar que toda forma certa é a sua, inclusive a de amar.
Mas se todos fossem iguais, o que seria do encantamento? O mundo seria uma mesmice.
Um carinho, um beijo de boa noite, uma ligação sem propósito, um segredo contado, um olhar, um presente dado, um buquê ou um botão de rosas, elogios;
Uma carta; Um cartão; Um bilhete...
Tudo isso ou nada disso.
De repente o outro ama sem precisar de demonstrações,
Pública, ou só demonstrações.
O fato é que todas são formas de amar, todas são certas.
O amor é o sentimento certo.
Na minha base de opiniões a melhor forma de amar é simplesmente sentir.
Sentir. Sem exigir retorno ou reconhecimento, sem exigir provas ou apressando as etapas. Só sentir.
Curtir o amor ao modo bruto. Mesmo que seja 'bruto'.
"Ninguém é de ninguém" e se estão juntos, não pode ser atoa.
O ser humano não consegue fingir o tempo todo.

22 de setembro de 2010

Dito a Ordem.

Para com essa graça viver se escondendo.
Se estiver triste, não falo porque o "inimigo" vai ficar feliz.
Se estiver feliz, não falo, pois o "inimigo" vai ficar com raiva.
Eu estou vivendo para mim ou para esse tal de inimigo?
Se é que esse tal existe né?! Para mim ele existe só na ficção.
Para que vou viver escondida se minha tristeza serve de consolo para tanta gente?
Se minha tristeza faz-me expressar e melhorar? Se minha tristeza pode ser útil para que o motivo de tal não retorne?
Para que vou viver escondida se tudo o que quero é explodir de alegria?Se quero reprimir a tristeza? Se expressando tal eu posso fazer tanta gente melhorar?
Se quiser berrar minha tristeza ou alegria, farei.
Pegarei um berrante e o farei com toda força e sentimentalismo que houver em mim.
Ao contrário, me calo.
Ao contrário, falo para quem me deixar à vontade.
Ao contrário, debato com o espelho.
Quanto aos desprezáveis fofoqueiros denominados "inimigos"
Que culpa eu tenho se algumas pessoas não cuidam de suas próprias vidas?
Garanto com toda certeza que se cuidassem, não precisariam ter esses dois níveis intensos de sentimentos generalizados a base dos demais.
Para vocês, pessoas que me tem como "inimiga mortal":
1º Me sinto poderosa demais com isso. rs
2º Te acho patético.
3º Vou estar sempre te dando o prazer da minha tristeza ao expressar qualquer coisa que me faça mal.
4º e Último, Você se sentir tocado com a minha felicidade não me comove ao ponto de parar de esbanjá-la.

Inspiração de hoje.

Ela Fala.
A autenticidade dela grita, aparece antes dela.
Não, você não está se enganando de conhecer e ver que ela é igual ao que parece.
Ela é "aquilo" que está ali.
Ela fala, grita, bebe, dança fofoca, resmunga... Ah como resmunga.
A simpatia é notável, até você conhecer a fundo.
Não, ela não é "fofa". Mas com toda a intolerância com tudo, indignação com o errado e preocupação com o alheio, ela é um doce.
Ela te faz pensar, te faz rir, te faz ter raiva, te faz ver coisas por outro angulo...
Te faz ver coisas.
Ela é bonita, com a diferença de não seguir o padrão.
Ela briga, ela se mete, ela se expõe... Mas é um doce ainda.
Ela te faz rir dos problemas dela e te faz pensar nos seus.
Ela te observa.
Ela mostra sempre um lado bom.
Ela faz você ver que aquilo nem é tão complicado assim.

É bom para conversar.
É aquela que nem é tão íntima assim, mas de primeira foi a que me deixou à vontade.
E fico à vontade
E com ela sou à vontade.

Texto dedicado.

15 de setembro de 2010

Ma Vie Dans Vos Mains En France.


Certa noite sonhei com ela. Aquela da qual nem acordada eu havia sonhado, aquela que não sabia como seria e que nem desejava.
A aliança.
Aquela que sonhei em nunca ter.
Até o presente momento.
Havia muitas luzes, muito luxo, muita beleza e uma paz que não sabia de onde vinha.
Eram  luzes lindas que ofuscavam a vista.
Um luxo de cultura, de conservação.
Uma representação deslumbrante em vias.
E a paz que eu não sabia de onde vinha.
Era a minha Paris.
Grande parte do projeto da minha vida estava abaixo dos meus pés e eu, sonhando. No ato, me senti enfurecida de ser apenas um sonho, mas fui distraída pelo meu encanto e paixão pela cidade.
Levada pelo som de uma chiquérrima e calma música 'de La France', entendi de onde vinha toda aquela paz.
Ao pé do meu ouvido:
- Você está especialmente linda hoje.
- Merci Cher. Disse eu brincando confortavelmente com o homem da minha vida.
Rafael estava lindo como de praxe, as luzes refletidas nos olhos o deixava ainda mais cintilante.
Com o jeito 'largado', fugiu rapidamente do romantismo
- Queria te dar uma coisa.
Mas logo voltou a tal
- Você sabe que não sou muito bom com declarações espontâneas, pensei em um monte de coisas que nem vou conseguir lembrar, mas é algo que achei que deveria te dar.
Depois de limpar as lágrimas dos meus olhos que não me deixavam ver nada pela quantidade de luz que refletiam, pude ver quão linda era.
Vinha escrito "Ma vie dans vos mains", entre um brilhante singelo, lindo. Dentro, o nosso infinito.
- Je t'aime mon amour.
- Je t'aime.

Meu melhor momento, e eu dormindo.
Como uma pessoa conseguiu mudar tão radicalmente minha perspectiva de vida?
Ah, também não ligo de saber.
Me entrego e só.

Quando percebi que tinha acordado, mantive os olhos fechados por dez segundos com o pensamento fixado no sonho, para não esquecer qualquer detalhe.
E lembrei o porquê de nos chamarmos de "Mon".


14 de setembro de 2010

Relacionado a Amor e Ódio.

Não dá! Eu não consigo te descrever em um só poema ou texto elaborado.
Teriam que ser bilhares deles. Em uma briga com desaforos momentâneos eu não consigo manter o ódio de você. Isso me mantem e me dói.
Em relação a você meu egoísmo berra. Me deixa surda. Se eu pudesse, ninguém te tocaria. Se pudesse te transformar em algo, seria minha pele. Não teria como ficar sem e manteria contato direto e absoluto com ela.
Se prefiro que morra eu ou você? Não sei. Não conseguiria viver sem você. Não conseguiria morrer e só poder te ver de longe. De repente, te pouparia da morte para não vagar no meu lugar. Você não vai direto para o céu, você não é perfeito.
E nem eu, eu sei. Mas a minha imperfeição eu sei como aturar. Às vezes até não, mas sou eu, e dentro de mim, pra mim, não tem como mudar. Mas você? Não sou obrigada a estar. Você tem defeitos gigantes, você tem coisas que só eu percebo. Porque será que eu não consigo me manter saudável longe do seu ser? Eu te odeio tanto que já cansei e de me deixei viver por instinto. Irritante é que eu sei que nós mesmos construímos isso, juntos.
Não, não é infelicidade. É uma alegria sem fim que às vezes tento (e às vezes até consigo) gritar isso tudo para tentar desabafar.
É recíproco, eu sei. Então, não me responde que é amor porque sabemos bem o que sentimos e como não dá para expressar.
No caso, sua imperfeição me completa inexplicavelmente BEM.


13 de setembro de 2010

Coelho da Alice falou.

"Vai viver o seu sonho
Vai viver da forma que você quer e acha que deve
Vai viver a fase que você achar conveniente viver primeiro
Vai viver primeiro o SEU sonho
Antes de apontar o outro, olhe o reflexo da água e se aponte, vai ver que se apontar com a mesma precisão que aponta os outros, o reflexo mexido não deixa você se ver nitidamente.
Será que você se conhece? Ou consegue tocar na água sem ela se mover?
Corra atrás do que acha certo, independente dos demais.
Não tenha medo, algo espera por você!
Não pare, pois o tempo continua e o incômodo dos fatos não vai parar
de fazer 'TIC-TAC' na sua cabeça".

                                                      Coelho da Alice dando um toque.
                                                      Estou correndo atrás dele.

Imagem: google

RéPlay.



Resolvi arrumar aquela bagunça daquela gaveta esquecida, cheia de papeis e fotos. Toda empoeirada. Não sei o que deu em mim, mas olhei para a tal gaveta e resolvi encarar.
Sabia que estaria revirando lembranças. Algumas guardadas para serem lembradas e outras guardadas para o esquecimento. Arrumar aquela bagunça sempre exigiu de mim extrema paciência e estômago. Sempre parei para vasculhar como escolha de um momento profundo. Várias vezes dei início e parei no meio. Eram coisas que quando foram acontecendo fui guardando e como não fui eu quem fez minha mudança, as lembranças foram grudadas em mim. Era como uma tatuagem da qual não se da para arrancar da pele.
Coloquei o cd que o Rafael me deu com algumas das músicas mais inspiradoras da minha vida e com um saco enorme de lixo na mão, me sentei em frente à gaveta e suspirei bem fundo antes de abrir...
A primeira coisa que peguei para ver foram as fotos.
Fotos de quando criança fazendo cabaninha de lençol com a minha prima nas viagens para Muriqui, muito queimada de sol e com os dentes em formação ainda. Era tão boa a cumplicidade que tínhamos. Apesar das nossas brigas constantes e bem violentas, éramos como unha e carne, quando não estávamos com tais cravadas uma na outra. Hoje em dia nos amamos além da conta, nossas brigas nunca mais aconteceram, o contato diário já não é o mesmo, mas a admiração prevalece.
Fotos em algum lugar desconhecido da minha memória, porém, lindo. Me conhecendo bem, sei que gostei de estar lá. Na foto estou sentada na areia da praia, tomando suco em um abacaxi e chorando demais. A foto está engraçada, não tenho idéia do porque eu chorava tanto, devia ser algo horrível pela cara que eu fazia, deve ser por isso que hoje odeio abacaxi. Me deu saudade da época de filha única e dos passeios com os meus pais juntos.
Foto do aniversário de 15 anos da minha irmã mais velha, de quando conheci minhas duas irmãs por parte de pai. Eu tinha dois aninhos e hoje ela me conta que naquela festa maravilhosa que ela teve, a única coisa que ela fez foi ficar comigo.
Fotos da época de escola, das primeiras amigas, das festas, das reuniões à tarde depois da aula... Fotos das milhares de fases que tive, milhares de estilos e cabelos diferentes. Fotos com as amigas que ajudaram a formar minhas opiniões e cresceram junto comigo.
Pulei para as agendas. Sempre gostei de escrever e cada ano eu tinha umas três agendas. Confições em detalhes de cada fase da minha vida, decepções amorosas, declarações imaturas, situações engraçadas, momentos críticos de raiva e revolta, segredos em papeis embrulhados e presos com fitas adesivas e grampeador. Coisas que quando li, me feriram. Coisas que quando li, notei o quanto estou madura. Rabiscos, rascunhos, desenhos, planos, projetos, desejos... Nomes que não lembro e que prefiro nem lembrar.
Corri para as cartas. São várias, de várias pessoas, de vários tipos. Decoradas, escritas a mão, no computador e até em máquina de escrever. Cartas em forma de versos, rimas, desabafo, conselho, admiração. Escritas que me fizeram crescer, escritas que me fizeram ficar triste... Muitas com apenas algumas escritas válidas só para o momento.
É engraçado que vendo tudo isso, me lembro exatamente de como foi e de como me senti. É como se tivesse tudo gravado em uma fita cassete e eu pudesse voltar a hora que eu quisesse.
Antes me confortava saber que tinha todas aquelas lembranças alí, saber que eu poderia reviver tudo aquilo a qualquer hora. Agora não mais.
O saco de lixo foi muito útil. As agendas foram depenadas. Parte boa fica - parte ruim sai. As fotos foram todas bem aproveitadas, até porque, todas aquelas pessoas me proporcionaram momentos incríveis.
Eu cresci tanto, me aprovo disso a cada passo que dou, a cada pensamento que surge. Me orgulho do meu progresso diário.
Será que eu uso estas coisas como refúgio? É uma arma? Prova? Esconderijo?
É preciso?
Por um momento pensei "Chega de guardar essas 'tralhas', vou viver apenas o presente".
Olhei para a prateleira na minha cama e vi diversas caixas com presentes lindos e cartas incríveis do Rafael, todos os bilhetinhos carinhosos e de brigas com a minha mãe, cada desenhado mal rabiscado da minha priminha mais nova. Isso eu sei que não vou jogar fora.
Me toquei de que tenho que parar de tentar mudar, tenho que deixar as coisas acontecerem à gosto... À meu gosto.

-Está tudo guardado em mim.

10 de setembro de 2010

(IN)Satisfeito

Hoje acordei empolgada e louca para escrever um texto com um assunto bem interessante. Fui para o trabalho pensando em milhares de assuntos, fiz tudo o que tinha para fazer e as idéias aqui 'pipocando'...
Enfim, tive um tempo e parei para escrever algo.
Cadê? As idéias evaporaram como fumaça. Meia hora, uma hora, duas horas... E nada!
Isso me irritou e desisti.
Acabei de almoçar, sentei ao ar livre com meu caderno e uma caneta na mão, e em meio a cigarros e batidinhas desarranjadas da caneta entre os dedos batendo no caderno, me deparei com mensagens lindas a minha frente.
Um casal de idosos passava na minha frente de mãos dadas, conversando, porém, atentos ao caminhar, um ajudando o outro, calmamente. Enquanto eles passavam, reparei que o senhor que parecia quase nada mais novo que sua companheira, segurava sua bolsa e a escutava atentamente de cabeça baixa para não perder o equilíbrio.
Logo atrás, vinha uma mulher uma carta aberta na mão e chorando mágoas ao telefone. Ela gritava e dizia "Você não podia ter feito isso comigo. Sem chance Victor, agora acabou".
Extremos. Fui do tranquilo ao histérico.
Um casal aparentemente da minha idade, com ótima aparência, brigavam a uma gravidez inesperada. Nada estranho vindo de jovens adultos desse louco século em que nos encontramos.
O sinal fecha e é hora deles. Um mímico de sinal e três criancinhas magras e sujas com nariz de palhaço faziam graça e brincavam com todos alí nos seus 30 segundos debaixo de um sol escaldante para conseguir qualquer trocado que uma alma caridosa resolva dar.
Para começar, isso não é caridade, isso é "pena", e pena não é bom nem para quem sente nem para quem recebe. É de cortar o coração.
Toda vez em que aquele sinal abria, eles iam tentar fazer as pessoas rirem, coisa que não faziam por si só, pois a vida dura que os aguardava após o sinal fechar, não permitia. Não permitia um sorriso sincero a uma criança.
Meus olhos enchem de lágrimas de lembrar essas crianças passando por isso bem na minha frente e de imaginar que futuros elas podem ter. São coisas que vemos em TODOS os sinais.
Saí dalí arrasada e feliz ao mesmo tempo. Satisfeita e amargurada.
Eu tenho tanta saúde, tenho potencial e sorte de poder seguir um caminho.
Tenho família e amigos que me apóiam em tudo. Tenho com quem contar quando eu preciso e se eu posso ajudar, então, porque não fazer?
Eu tenho motivos de sobra para imaginar e ter um futuro bom.
Eu quero e posso ter estabilidade para me alegrar com uma gravidez sem pensar que uma criança inocente vai arruinar minha e que eu não vou dar conta da vida do meu filho. Eu posso dar estudos e o criar dignamente.
Não preciso perder meu tempo cultivando um ódio por alguém que me fez algum mal. Sentimentos ruins atraem coisas ruins. Perdoar é a parte divina de um ser humano.
Quero manter minha alegria pessoal, com aminha família e amigos para poder ser forte o bastante para ajudar a quem precisa mais que eu.
Quero poder caminhar tranquilamente com companheiro eterno carregando a paz de saber que fui útil nesse mundo.

Observe mais ao seu redor e vai ver que não tem motivos para se deprimir. Dê a mão!

9 de setembro de 2010

Magia Instantânea.



Um sorvete, por favor!
Enquanto me seco ao sol do banho de mar para cessar meu calor.
Um copo de água bem gelada bebido em uma só golada me gela o cérebro e dói meu dente, mas mata minha sede, tira minha 'secura'.
Uma caixa de chocolate que me engorda um pouquinho, mas acaba com meu stress e ansiedade.
Um cigarro, um café. Nas horas de inquietude do trabalho.
Aquele biscoitinho amanteigado na hora do lanche no final da tarde.
Um belo e enorme bocejo de alívio de sono.
Um significativo suspiro alto de alívio momentâneo.
Choro espontâneo aos pés do abismo.
Grito ensurdecedor na hora da mágoa profunda.
Um sorriso. Passa-me alívio e felicidade.
Um abraço como prova de amizade.
Uma foto para recordar. Uma foto para pensar na hora da tristeza e lamentação, uma foto para a hora da saudade, uma foto para expor na parede do meu quarto... Uma foto para rasgar de raiva.
Me beija e me pega forte para aflorar meu desejo. Não me acalme.
- Eu te dou algum prazer? Então sirva-se 'Amor'.
Um visual lindo para fugir da rotina.
- Está chegando? Me abraça e beija forte,bem forte para matar a saudade.
Uffa! Tão bom fazer 'xixi' quando se está muito apertada.
O nome disso é orgasmo sabia?Efetivo de prazer.
É, or-gas-mo. O mais alto grau de satisfação, quando se atinge a plenitude das sensações.

Um brinde aos orgasmos da vida.

No Photoshop.

Vamos nos assumir?
Sim! Assumir o cabelo que Deus nos deu, assumir que você nem está tão gorda assim, assumir a cor do olho, assumir o bumbum pequeno ou grande, os seios fartos ou não. Vamos assumir que você alta fica tão linda de salto quanto você baixinha e que a rasteirinha em ambas tem um charme enorme. Vamos assumir as sardas no rosto, a covinha na bochecha...
Partindo do princípio que não existe um biotipo ideal generalizado, existe sim um ser perfeito para cada pessoa, ou um ser perfeito para várias pessoas.
Você é perfeita.
Vamos ser justas ao fazemos bico se eles olharem para outro lado.
Dois motivos: ele adora isso e você também olha, não só para onde ele olhou como para o que te convém. Afinal, olhar não materializa nada ok?!
Se permita admirar outras pessoas, sabendo da beleza que VOCÊ tem. É aquela velha história de admirar sem copiar.
Chega da doença da dieta. Dieta da sopa, dieta da primavera, dieta do limão, dieta dos três dias, dieta da luz, da barra de cereal... Você pode acabar chegando à dieta da anorexia e depressão.
Não, não precisa se matar de malhar. Simplesmente mantenha uma alimentação saudável, exercícios físicos (caminhando ou fazendo yoga, por exemplo), leia mantendo uma mente útil e inteligente. Cresça da melhor forma possível.
Vamos assumir na hora da insegurança que "ele'' não está com você atoa e que se ele não quiser mais, tem quem queira.
Tire aquela foto com aquele sorrisão sem maquiagem da lixeira do seu computador e mostre o quanto você é feliz "nua e crua" sem precisar estar deslumbrantemente bem arrumada e maquiada e com aquele cabelo impecável.
Exclua todos os programas de photoshop que você usa para ''transformar'' suas fotos e se mostre NATURALMENTE.
Não preciso olhar nos olhos ou reparar a fisionomia de cada uma para lhe falar diretamente sem exceção que VOCÊ É LINDA.
Acredite no seu potencial de ser própria e única.

Consegui crescer bastante para lhe dar esse conselho.

Do Delicado ao Bruto Lapidado.


Frágil, feita do cristal mais delicado.
'O amor fere
De mim a ti, de todos a mim
Não me diz o que não quero ouvir,
Não vai saber que não queria
Mas meu travesseiro vai alagar a meu desabafo.
Não faça críticas, não sei agir
Sei bem o que é bom para mim'

Não sei mais ser assim

Agora feita de cristal ''bruto''
Imponho-me a minha opinião
De mim mesma, de ti
Ou de qualquer opinião que me venha à cabeça
Meus pensamentos saltam até serem soltos
Farei as vontades
Pensarei o que quiser, mas pensarei com verdade
Não me iludirei a expor minha raiva, para não cultivar
Pela verdade, nem sempre estarão a seu favor

Acredite no seu ponto de vista, se baseando na única verdade.

3 de setembro de 2010

ConstanteMente.

Ao descer as escadas do meu apartamento, indo para o trabalho bem cedo, me deparo com um velho gordo, bigodudo, com cara de sujo sentado à frente do seu portão em uma cadeira de madeira velha quase quebrando com seu peso enorme.
Ele está alí. Todo dia alí. Bem cedo alí.
Fazendo o que todo dia alí? Não sei.
Respiro três vezes ao passar por ele para não fazer tal pergunta e sigo meu caminho. Ao longo dele vejo cada vez mais fatos intrigantes.
À frente, uma mulher tenta colocar sua filha em um transporte escolar, ela chora demais, agarra-se no pescoço da mãe e esperneia não ir à escola. Toda manhã ela chora. Chora um choro agudo e preguiçoso,aquele que ninguém quer ouvir às 7:30 da manhã.
Corro daquilo e logo à frente me deparo com uma senhora com seus cabelos grisalhos e descabelados, um vestido vermelho florido. Flores verdes e amarelas. Varrendo a frente de sua casa. O seu grito para "Xuxinha" (seu cachorro) "entrar pra dentro" adoece meu tímpano e me faz despertar em instantes.
Pego a tal nada inspiradora van e recomeça o transtorno. Todos os dias são intrigantes, mas nesse, foi revoltante.
Eu, já atrasada, entro na van já cheia de espaços inadequadamente ocupados de pessoas atrasadas e stressadas, vejo três pessoas nos dois lugares na frente, quatro com o motorista, cinco com o trocador de pé entre o motorista e a porta. Nossa, me senti sufocada só de olhar.
Em meio a tanto 'sufoco', presto atenção no assunto mesmo sem querer. Não me interessava um assunto vindo dalí.
O menino com um 'abadá' coral flúor, uma toca preta e uma pulseirinha de miçangas rosa, esmagado entre a porta e o motorista, vira-se para trás e diz:
-"Aí", viu o acidente que teve alí no Cebolão?
- "Bagulho doido irmão". Disse o motorista
- O 'que quê' aconteceu alí? Perguntou uma menina loira, que se não fosse pelo assunto dela, até a acharia 'normal'.
- O ''homi'' foi atravessar a rua e o rolo ''compressô'' ''passô'' por cima dele. Contou o micareteiro.
- Que isso cara! Morreu na hora né? Disse a loira.
- Não ''pô'', um ''tratô'' vai ''passá'' por cima de mim e ''vô'' ''ficá'' 'vivin da silva''.
- Babaca!
(Risos)
- (Risos) Imagina como ele não "ficô", deve ''de'' ''tê'' ficado ''ingual'' desenho, ''ingual'' um papel. Disse um alheiro, que para mim, devia ter recolhido sua insignificância.
- "Burrão". "Falaru'' que "eles tava" bêbado, "or dois". Se fosse eu, teria assoprado o dedão que voltava ao normal. Disse o trocador, que para mim, nem devia ter nascido.
Após essa conversa, minha cabeça deu pane de tanta raiva daquelas pessoas.
Porque riam de algo tão sério? Porque falavam tão errado?
Enfim, cheguei.
Horário de almoço. Atravesso as quatro pistas das Américas.
Almocei. Volto as quatro pistas das Américas.
18:00 Atravesso novamente as quatro pistas, espero a tenebrosa van, que chega obviamente lotada. Primeira pessoa a descer. Benção? Não, desgosto!
SEMPRE tem uma barraqueira dentro da van.
Quando uma pessoa desce, a briga começa.
Entro na rua "pisando em ovos". As mães parideiras largam seus milhares de filhos na rua sendo dia ou noite. Às vezes até consigo escutar: "Josaline vem 'jantá' a-g-o-r-a", deve ser mistura do pai José e da mãe Aline. Povo criativo.
E sim, tem uma Josaline. Onde não tem? E deve se escrever com'y'.
Chego ao portão do meu apartamento e só para ter a certeza de que não sou louca ou estou falando demais, olho para trás. Lá está ele.
Velho, gordo, bigodudo, sujo, sentado à frente do seu portão.

Pêsames cadeira de madeira e até amanhã de manhã bem cedo.

Intolerante.

Não quero essa coisa ruim, essa coisa feia, essa coisa rude, essa coisa indisciplinar.
Não quero essa coisa medonha, essa coisa sombria, coisa vergonhosa.
Não quero essa merda, essa coisa nojenta, coisa podre, essa coisa fedida.
Não quero essa coisa cretina, coisa vergonhosa, essa coisa intrigante.
Não quero essa coisa vulgar, essa coisa mentirosa, coisa maligna.
Não quero essa droga de coisa triste, coisa deprimente, irritante e insuportável.
Não quero isso tão inadequado, essa coisa estragada, coisa prejudicial, coisa perigosa, irregular.
Não quero essa porcaria de coisa imperfeita, difícil, intolerável.
Não quero essa coisa infame, desonesta, coisa traíra.
Não quero essa coisa falsa, coisa mentirosa, essa coisa venenosa.

2 de setembro de 2010

Abrevio.


Sou quem eu quiser ser.
Estou onde quiser estar.
Sorrio para quem eu quiser sorrir.
Brindo a felicidade que eu quiser dar ênfase.
Escuto a quem eu quiser escutar.
Falo o que eu quiser falar.
Vivo o que eu achar bom viver.
Absorvo o que eu quiser absorver.
Agrado somente quem eu quero agradar.

1 de setembro de 2010

Não é nada disso, amigo café.

"Sorte no amor, azar no trabalho", será mesmo?
Estou trabalhando, era mesmo o que eu queria, mas cadê aquela "paixão por aquilo que faço?
Não é o rumo que eu quero seguir, não é a carreira promissora com que sonho.
Acordo todos os dias as 07:00 da manhã me dando a chance de me arrumar com calma. Sempre saio atrasada e me carregando.
Sem vontade, espero abaixo de sol ou de chuva o transporte que já não me agrada pelo seu estado impecável de lotação insuportável, sendo uma simples e 'cubícula' van.
Essa parte até me trás boas risadas, vocês não tem idéia das coisas que vejo nesse horário dentro da inconveniente van. (engraçado depois que passa). Me pego rindo sozinha.
Vou passando pelas pessoas dando o bom dia mais mentiroso que elas vão receber o dia todo, pego o elevador e até chegar ao 10° andar vou contanto irritantemente um por um, dois, três... Droga, 10!
Não gosto nem sei lidar com pessoas por obrigação, mas...
Me pego todos os dias conversando com o café quente enquanto o esfrio, cada assopro um pensamento, cada gole uma certeza.
Não é o trabalho em si. Muitas pessoas gostariam de estar aqui (acho eu), aprendendo tanto quanto estou, porém, é um aprendizado que não absorvo com gosto. Estou aprendendo muito, até sobre mim mesma, mas não está me bastando. Não é exatamente isso que quero aprender, tenho meus objetivos, e são outros.
Mas estar passando por isso até me orgulha.
"Nossa, o que não sou capaz de fazer para ver o sorriso de quem eu tanto amo".
E me alegro novamente.
07:00 horas. É, preciso ir!