Certa noite sonhei com ela. Aquela da qual nem acordada eu havia sonhado, aquela que não sabia como seria e que nem desejava.
A aliança.
Aquela que sonhei em nunca ter.
Até o presente momento.
Havia muitas luzes, muito luxo, muita beleza e uma paz que não sabia de onde vinha.
Eram luzes lindas que ofuscavam a vista.
Um luxo de cultura, de conservação.
Uma representação deslumbrante em vias.
E a paz que eu não sabia de onde vinha.
Era a minha Paris.
Grande parte do projeto da minha vida estava abaixo dos meus pés e eu, sonhando. No ato, me senti enfurecida de ser apenas um sonho, mas fui distraída pelo meu encanto e paixão pela cidade.
Levada pelo som de uma chiquérrima e calma música 'de La France', entendi de onde vinha toda aquela paz.
Ao pé do meu ouvido:
- Você está especialmente linda hoje.
- Merci Cher. Disse eu brincando confortavelmente com o homem da minha vida.
Rafael estava lindo como de praxe, as luzes refletidas nos olhos o deixava ainda mais cintilante.
Com o jeito 'largado', fugiu rapidamente do romantismo
- Queria te dar uma coisa.
Mas logo voltou a tal
- Você sabe que não sou muito bom com declarações espontâneas, pensei em um monte de coisas que nem vou conseguir lembrar, mas é algo que achei que deveria te dar.
Depois de limpar as lágrimas dos meus olhos que não me deixavam ver nada pela quantidade de luz que refletiam, pude ver quão linda era.
Vinha escrito "Ma vie dans vos mains", entre um brilhante singelo, lindo. Dentro, o nosso infinito.
- Je t'aime mon amour.
- Je t'aime.
Meu melhor momento, e eu dormindo.
Como uma pessoa conseguiu mudar tão radicalmente minha perspectiva de vida?
Ah, também não ligo de saber.
Me entrego e só.
Quando percebi que tinha acordado, mantive os olhos fechados por dez segundos com o pensamento fixado no sonho, para não esquecer qualquer detalhe.
E lembrei o porquê de nos chamarmos de "Mon".
