28 de janeiro de 2011

Caminho aberto para o vento.

Preferi ficar sozinha pela vontade de aprender. Aprender mais sobre mim, sobre o que quero... Curiosidades minhas. Minha fase pediu gritando por isso, pelo meu momento. Fui observando e aprendendo a aproveitar cada momento útil e inútil, aprendendo a passar o tempo com a falta de tempo ou a sobra dele. Dias sem nem conseguir respirar, dias de pernas pro ar... Isso nunca me fez tão. Parei a frase aqui. Tão o que? Tão bem não pode ser porque não estou satisfeita, mal também não totalmente porque eu mesma preferi assim e ainda não voltei atrás, reformular a frase também não funciona porque nada vai substituir... Deixa pra lá, o que me aborrece eu ignoro.
E fui me descobrindo. Apreciando palavras, marcando as páginas dos livros mais famosos de escolhas não padronizadas, pouco convencionais e devorando. Lendo pessoas, olhares, gestos. Lendo as palavras  dele, as palavras dela, lendo suas palavras, lendo minhas palavras. Anoto pensamentos, desenvolvo idéias e escrevo, escrevo muito pra desabafar tudo o que entala ou causa qualquer efeito dentro de mim. Não procuro a forma certa de escrever, procuro a forma certa de desabafar. Procuro ser intensa ao máximo deixando por conta da vida escolher o caminho. Eu gosto de chorar e sentir. Cada parte minha deseja conhecer outra parte e assim vou me desconhecendo um dia e me descobrindo no próximo. Na verdade nem sei se quero me entender, acho apenas que assim será mais fácil, mas como nada fácil me enche os olhos... Vou seguindo e aprendendo por tal pessoa não definida e de intrigantes escolhas nada convencionais.

26 de janeiro de 2011

Tensão de Puta Merda.

Eu deveria abrir um vinho e ver um filme triste aos prantos, mas isso me traria lembranças das quais nem quero pensar agora. Deveria sair sem rumo, sozinha e parar em uma boate por perto, mas isso também me levaria a pensamentos onde não quero ir.
Eu deveria abrir um whisky e berrar uma música melodramática mas isso me traria lembranças das quais estou dispensando me apegar agora. Deveria ir para um bar com música calma ao vivo, mas isso também me levaria a momentos onde não quero chegar.
Tem berros a que a bebida não consegue sufocar. A dor é a mesma. E as palavras saem sem escrúpulos ou significância para quem de fora escuta, porém, para quem fala tem a maior significância da dor. Mais notável que em uma fisionomia diária onde você se distrai com qualquer obrigação... Agora a única distração é levar o copo à boca e sentir.
Mas hoje especialmente eu não quero beber.
Merda de cólica.
Estou achando tão fútil o colorido quanto uma piada de bom gosto. Estou amando o fosco das coisas, mas meu chocolate continua o mesmo, meu melhor amigo. É o que me resta porque nem as pessoas ou a rotina que eu tanto amo observar e me distrair estão caindo no meu gosto.

Que bosta de Tensão de Puta Merda, que merda de TPM.

Se não fosse tão ridículo eu até poderia andar com uma plaquinha avisando o perigo de falar comigo agora, mas basta olhar no meu olho antes de cometer essa gafe que o aviso é dado para fugir do perigo.
Merda de dia 28 que não chega.

24 de janeiro de 2011

Que sorte a minha.

O sol está aqui todo dia mesmo havendo nuvens. E as nuvens tão carregadas que pairam logo derretem, com esforço, porém derretem.
Um dia de perfume bom, com todo sentimento a flor da pele, a pétala na mão. Um dia com intensidade, ironia do destino e com a pétala na mão.
Nesse exato momento nada impedia a total vontade de submissão, mesmo tendo um lado obscuro por trás, a submissão fazia parte das flores.
O encontro de corpos, de mentes, de sentimentos renascidos. Racional.
O mundo lá fora dormindo e no nosso mundo nossos corpos acordados.
Nossos corpos acordados, as mentes em sintonia...
Franco, fervendo, forte, fim.


[Minha flor, raridade, invenção.
Pensamentos, palavras.
Três, treze, vinte e três.
Estrada de serra, mar.
Um veleiro.
Nuvem, céu azul.]

14 de janeiro de 2011

2010

A palavra que define é INTENSIDADE.
Intenso aos extremos. Extremamente intenso.
Me feri com o mundo, me surpreendi com o ser humano, chorei e sorri, derrotei, me reergui.
Vi a criança nascer, vi o amor surgir por um pequeno ser. Dois, três.
Fiz amizades com quem já era próximo, me fez feliz.
Olhei intensamente para amizades que já eram próximas, me fez triste.
Chorei, relevei, tentei... Desisti. Mas amo, para mim.
Fiz amizades novas, me deparei com pessoas especiais, apesar de surgir dificuldade em fazer amigos. Me tornei seletiva. Aprendi a apreciar o deserto.
Me vi perdida. Me encontrei em amores.
Fiz retrospectivas em fotos, pessoas, contatos, pensamentos e escritas. Alívio e gosto.
Houve crise. Meu amor não e bastou, meu corpo não agradou, minha vida não contentou...
Crise pessoal e demais... Crise de xacras.
Chorei excessivamente, sorri naturalmente.
Cantei, dancei, bebi, dormi. Pouco saí, muito li.
Consegui sugar do meu lado dramático e fantasioso irritante um lado poético, sincero e sarcástico. O melhor de mim, minha fuga. Liberdade.
Amei, me dediquei, fui atrás, fui correspondida. Tive esperança no fim exatamente como no início. Do fim ao recomeço.
Ajudei e não fui ajudada. Fiquei sozinha mesmo estando acompanhada.
Só tive uma força de onde nem saía nada.
Entreguei no altar a asa da fada. Vi sonhos que acompanhei se realizando, brilhando.
Tive medo. Adoeci pessoa, fisicamente e mentalmente.
Fiz planos, reescrevi e elaborei. Seguirei.
Tive raiva e relevei. Quis falar e segurei.. Abstraí.
Sentei e esperei...

...Levantei!

13 de janeiro de 2011

Supra Sumo

É como um campo aberto, colorido por flores, com cheiro suave de hortelã, erva doce.
Um fundo azul calmo, poucos e fracos tons rosa nude, branco e marrom, terra.
O som é de fundo do mar, com pássaros cantarolando baixo e uma cachoeira no fundo, oca.
A cachoeira é morna e brilhante à luz do sol, o lago é transparente, a grama é fria.
As árvores são altas e balançam com uma delicadeza ímpar.
A brisa é leve e doce como uma pluma pela pele.
A sensação é boa como mão de pessoa amada pelo corpo.
Tudo muito bem pensado.

7 de janeiro de 2011

Indecisão de G a A.

Ela disse "tudo bem?"
Ele disse "to legal"
Ele disse "vamos dar uma volta?"
Ela disse "hoje não dá, to mal"
Ele disse "tranquilo, a gente se vê"
Ela pensou "volta aqui cara, eu quero você"

"Era só você perguntar o que eu tinha, não falaria nada, era só uma mentira. Mentira saudável para você se preocupar, deixaria você me ajudar para a noite melhorar. Você enganado ia se sentir o tal e isso não me deixa nem um pouco mal. O tal cara foda, o tal cara legal, o tal cara esperto e totalmente fora do normal. Seu carinho estúpido, seu beijo grosseiro, suas brincadeiras nada convencionais... Acho todas tão legais.
Quem nos olha pensa que somos irmãos, melhores amigos ou que nos d=odiamos demais como inimigos mortais, talvez você nem queira nada de mim, acontece que para mim tudo é diferente e em relação a isso meu coração não mente.
Tenho medo de me abrir com você e você rir de mim, se tivesse uma reação diferente não seria indiferente, eu iria me assustar, gritar, chorar, espernear e você não iria me amparar, porque você tem um jeito incomum de me tratar.
Você é o que nenhum consegue ser, gosta de tudo em mim que nenhum consegue gostar. Você gosta de me ver espernear, acha lindo me ver chorar, ama me irritar e vive pra me machucar, acha hilário o meu sarcasmo e não me deixa sonhar.
E é aí que tá, você me trata diferente de um carinha comum, não tenta ser príncipe e nem queria ser um. É despenteado, alto, rabugento e mal humorado.
Quer saber, nem quero mais estar ao seu lado.
Vou acabar de fumar, vou pra casa deitar, com outro me relacionar e por um igual a você nunca mais me apaixonar...

...Mas por aqui, faz o favor de não passar."

3 de janeiro de 2011

Agulha, fagulha.

Olho meu reflexo no retrovisor, o rímel borrado de quem acabou de se maquiar as pressas, retoco o batom nude, coloco meu salto agulha para descer do carro, pego atrás minha bolsa enorme e pesada, uso meu toque para saber a carteira está na bolsa, desprendo dos brincos grandes os fios de cabelo, me recomponho no vidro do carro estacionado e entro no meu momento de glamour árduo.
As pernas torneadas com o salto ficam bambas com o peso dos objetos da bolsa e com o jeito "enrolado" que está na alma. A jogada de cabelo faz o perfume doce exalar e completa todo o charme.
Piadinhas ignoradas a parte, ainda da tempo de dar um "bom dia amor" em meio a correria.
Com cantada chula de qualquer um, com olhar malicioso, preconceito cheio de conceito errado e fútil, ignoro com uma delicadeza brutal e continuo impecável.
É agora, quando preciso de ar e um cigarro, please!
Chego em casa com os pés doloridos e inchados. Dou carinho para o filhote e como qualquer coisa com os pés para o alto. Paro, penso, não tem nenhuma amargura no meu coração, estou sem tempo para pensar em demais fatos ou coisas do tipo... Estou muito ocupada pensando em mim.
Banho, roupa e cama?
Não, academia, afinal, o salto não torneia minhas pernas sozinho.